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Saiba o que é capacitismo e como combatê-lo no ambiente de trabalho

O capacitismo é uma das formas de discriminação enfrentada pelas pessoas com deficiências (PcDs) em todos os âmbitos da vida social e por isso, requer esclarecimento e debate. Em linhas gerais, diz respeito a percepção do senso comum, que acredita na incapacidade desses cidadãos por não se “adequarem” ao padrão corporal estabelecido pela sociedade.

Cabe destacar que esse pensamento é baseado em pressuposições preconceituosas, visto que cada indivíduo é único e conta com habilidades e potencialidades que devem ser despertadas e estimuladas. Com essa perspectiva elaboramos um artigo para detalhar o quanto essa forma de discriminação é nociva e deve ser combatida no ambiente corporativo.

 

O que é capacitismo?

Em primeiro lugar é preciso ficar claro que o termo capacitismo é definido como uma manifestação de preconceito contra pessoas com deficiência. Isso acontece porque uma grande parcela da população acredita na existência de um padrão corporal considerado correto.

Desse modo, as pessoas que não seguem o modelo estabelecido são consideradas incapazes de exercerem atividades laborais, ou mesmo de terem autonomia para tomarem as próprias decisões. Em outras palavras, o pensamento capacitista julga que uma pessoa com deficiência não está em condição de igualdade com os demais membros da comunidade.

Uma exemplificação prática feita por pesquisadores acadêmicos é de que o capacitismo está ligado ao público com deficiência, assim como o racismo contra pessoas negras ou o machismo em relação às mulheres.

Nesse sentido é fundamental combater essa crença, pautada em preconceitos repassados por desconhecimento e pela não aceitação de que um ser humano com limitações físicas tem direito as mesmas oportunidades profissionais e sociais dos demais cidadãos.

Como identificar o capacitismo?

Antes de mais nada é necessário reforçar que no capítulo 2 do Estatuto da Pessoa com Deficiência, foi estabelecido o direito à igualdade e a não discriminação. Sendo assim, os cidadãos com deficiência devem ter direito à igualdade de oportunidades e não sofrerem nenhuma espécie de preconceito ou exclusão.

Nesse sentido, está incluído o ofertamento da acessibilidade aos profissionais que precisarem de infraestrutura adaptada para realizarem as atividades laborais. Em outras palavras, a inclusão não se limita a mobiliário ou rampas, pelo contrário, deve incluir as ferramentas digitais existentes no ambiente virtual.

Do mesmo modo, o baixo número ou ausência de PcDs em postos formais de trabalho também configura uma prática capacitista, por partes das organizações. Essa informação é verificada nos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No Brasil, cerca de 24% da população apresenta algum tipo de deficiência, representando 46 milhões de pessoas. Em contrapartida, o número desses trabalhadores no mercado formal é de 440 mil.

 

Capacitismo no ambiente de trabalho

Em razão da sociedade naturalizar o preconceito contra os PcDs, é comum ouvirmos ou reproduzirmos expressões capacitistas, como por exemplo: você está cego ou surdo? Ou o uso de palavras como retardado e idiota.

Complicado não é mesmo? Mas, você pode ter mais atenção com a sua linguagem a fim de não ofender as pessoas com as quais se relaciona pessoal ou profissionalmente. Além disso, se usa a deficiência de um colega para identificá-lo é o momento de analisar o quanto está normalizando a discriminação nas suas relações sociais.

Para contribuir com a mudança de hábitos, elencamos algumas atitudes e ações que devem ser adotadas pelas empresas e colaboradores, a fim de proporcionar um ambiente mais acolhedor e inclusivo aos colegas com deficiência. Confira:

Educação: ainda é a melhor forma de combate à discriminação e o preconceito. Por isso, é fundamental investir em palestras e treinamentos que possam auxiliar na construção coletiva da empatia entre os funcionários;

Evite o protecionismo: pode não parecer, mas ao promover a distinção de funções e distribuição do trabalho entre a equipe, você está contribuindo com o capacitismo. Profissionais com deficiência são perfeitamente capazes de executar as atividades diárias, desde que tenham as condições necessárias;

Mudança de vocabulário: como foi dito anteriormente, muitas pessoas não se atentam para termos ou expressões de cunho discriminatório. É importante despertar nos funcionários, o cuidado com a linguagem e isso pode ser feito com campanhas educativas.

Em resumo, ainda temos um longo caminho para acabar com atitudes e ações que reforçam o capacitismo na sociedade. Contudo, podemos contribuir ao repensarmos a forma como tratamos nossos colegas, amigos e funcionários com deficiência e esclarecendo sobre a importância de evitar expressões discriminatórias, presentes nas conversas cotidianas.

O compromisso da JE Elevadores é multiplicar informações que possam tornar a sociedade mais consciente e inclusiva, por isso convidamos você a conhecer nosso blog e acessar os conteúdos sobre acessibilidade.  

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