Por lei, pessoas com mobilidade reduzida (ou que possuem algum tipo de deficiência) devem ter o direito à acessibilidade garantido.
Entretanto, infelizmente, ainda faltam investimentos em hotéis e locais turísticos, assim como políticas públicas e adaptações que possam atender bem esse público.
Por isso, vamos aprender mais sobre a acessibilidade e adaptação em hotéis e lugares turísticos? Continue conosco!
Por que é importante promover a acessibilidade em hotéis e ambientes turísticos?
Primeiramente, porque é uma forma de cumprir a legislação. Afinal, todas as pessoas portadoras de deficiência devem ter a possibilidade de acessar qualquer ambiente que desejam.
Portanto, implementar boas estratégias para promover a acessibilidade em hotéis e ambientes turísticos é essencial para propagar o bem-comum.
Isso porque, a acessibilidade garante a inclusão das pessoas na sociedade. Então, ao investir nela, você oferece autonomia e mobilidade para todos.
Além disso, é uma forma para destacar o seu empreendimento, mostrando que ele tem responsabilidade social e, também, preocupa-se em promover um ambiente agradável para todas as pessoas.
Conheça alguns lugares turísticos que possuem acessibilidade
Que tal conferir alguns exemplos para se inspirar?
Venha conosco e conheça alguns estados brasileiros que possuem lugares turísticos que são exemplos de acessibilidade. Vamos lá?
Rio de Janeiro
Desde as Olimpíadas de 2016, o projeto de acessibilidade carioca incluiu 4 mil metros quadrados de calçadas acessíveis. Além disso, são mais de 5 mil metros quadrados de pavimento em concreto nos acessos aos pontos turísticos — como o Pão de Açúcar, a Praça XV, o Corcovado, entre outros.
São Paulo
Em São Paulo, o destaque vai para a Biblioteca Mário de Andrade, que possui intérpretes de Libras. Além disso, também há um acervo em braile e áudio. Sem contar que o Teatro Municipal oferece materiais táteis e olfativos sobre a história do teatro, além de acesso para cadeirantes.
Santa Catarina
A Ilha da Magia tem um transporte público que garante a acessibilidade na capital de Santa Catarina. Muitos coletivos têm cadeiras especiais, botões de parada com alcance fácil e corredores largos.
Os ônibus também contam com elevadores de acessibilidade para facilitar o transporte de quem utiliza cadeira de rodas, andadores ou muletas.
Nas famosas praias da cidade, há diversos locais adaptados para deficientes. Além disso, possui travessias, passarelas e banheiros de fácil acesso para esse público. Há, ainda, cadeiras para banho e supervisão de guarda-vidas.
Outro detalhe que merece destaque em SC é a rede hoteleira. Afinal, ela oferece estruturas adaptadas para deficientes, com quartos e banheiros apropriados. Também há elevadores e rampas que dão acesso aos hotéis e às principais entradas.
4 dicas para implementar a acessibilidade em hotéis e locais turísticos
Se você tem um empreendimento na rede hoteleira e quer algumas dicas para promover mais acessibilidade, continue conosco!
1. Atenda à legislação
Como você sabe, a acessibilidade é garantida por lei. Então, é essencial conhecer as principais normas e legislações do setor para estar sempre em conformidade com os órgãos vigentes.
Por exemplo, conforme a NBR 9050, os hotéis devem reservar, pelo menos, 2% dos quartos para pessoas com mobilidade reduzida. Sem contar que esses dormitórios devem ter banheiros com barras de sustentação, piso tátil, sanitários adaptados e uma cama baixa.
Convenhamos: atualmente, ninguém mais deseja ficar refém de rampas de concreto, não é verdade? Afinal, essas rampas são caras e demoram semanas (ou até meses) para ficarem prontas.
Por isso, os elevadores de acessibilidade são uma ótima ideia para o seu empreendimento. Isso porque, eles são instalados em menos tempo e atendem muito bem os portadores de necessidades especiais ou mobilidade reduzida.
Além disso, é uma forma de modernizar o ambiente, visto que eles possuem um design muito elegante. Então, além de promover a acessibilidade para os turistas, o seu empreendimento é bem-visto por todos.
instale avisos sonoros nos principais locais de acesso;
treine a sua equipe para compreender e se comunicar pela linguagem de sinais.
4. Ofereça um ambiente confortável
Investir em acessibilidade é adaptar os espaços para oferecer conforto aos hóspedes e turistas. Dessa forma, quando uma pessoa procura por um hotel ou quer visitar os pontos mais atrativos da cidade, certamente terá preferência pelos locais seguros.
Portanto, encontre boas alternativas para oferecer a esse público uma ótima experiência. Assim, eles se sentem seguros e felizes, além disso, ajudam a indicar o estabelecimento aos seus amigos e familiares — que também poderão se tornar clientes.
Você gostou de aprender mais sobre a acessibilidade em hotéis e lugares turísticos?
Acessibilidade em eventos é um assunto seríssimo. Se você tem uma produtora ou sua empresa vai ser host de um evento, mesmo que de pequeno porte, é necessário considerar que pessoas com deficiência e mobilidade reduzida vão estar lá. Elas precisam de acomodações especiais para aproveitar o que você irá transmitir.
E quando falamos em acomodações, não estamos necessariamente falando só de espaços reservados em posição privilegiada, acessos em salas, etc. Deve haver toda uma estrutura acessível, a experiência do evento deve ser respeitada acima de tudo. Em poucas palavras, o evento deve se esforçar para ser igual a todos.
O que acontece é que, na maioria das vezes, as pessoas não sabem muito bem o que é definido por lei, e acabam esquecendo de pontos importantes que não são tão evidentes assim. É claro que você precisa ter banheiros adaptados, mas você sabia que a acessibilidade em eventos também contempla o uso de intérpretes de libras durante palestras?
Pois é. Essas questões de acessibilidade em eventos podem passar despercebidas, e isso vai impactar diretamente na experiência. Para não encontrar problemas, elaboramos neste artigo um guia para te auxiliar nessa trajetória. Vamos ver?
Quantas pessoas com deficiência seu evento terá?
Você conseguiria estimar? Segundo o Censo de 2010 do IBGE, cerca de 24% da população é composta de pessoas com deficiência. Se contarmos as com mobilidade reduzida – permanentemente ou temporariamente -, o número cresce ainda mais. Quantas pessoas seu evento terá?
Pense nisso. Quantas ele terá de verdade? 100 pessoas? Então pode ser que 20 delas tenha alguma dificuldade na locomoção. Dependendo do grau de inclusão do seu evento, essas pessoas podem ter sua experiência comprometida.
Esse número provavelmente é maior do que você realmente vai encontrar na realidade, mas ele só expressa a realidade brasileira. É preciso pelo menos estar preparado para oferecer um fluxo harmônico de pessoas oferecendo acessibilidade em eventos. É melhor sobrar do que faltar, diz o ditado, e ele nunca esteve tão certo.
Como garantir acessibilidade em eventos?
O primeiro passo é planejar a acessibilidade em eventos. Comece com o mais básico: se você está pensando em financiar ou idealizar um evento e não é da área de acessibilidade, encaminhe esse artigo para o seu produtor. Mostre que você tem interesse em aplicar os conceitos que vamos explorar e cobre a inclusão desde o primeiro projeto.
Depois, vamos pensar nas denominações. Pessoas com deficiência são aquelas que, por algum motivo, possuem perda de funções e/ou estruturas do corpo. Isso se manifesta de várias formas: surdez, cegueira, perda de movimentos, etc.
Pessoa com mobilidade reduzida é exatamente o que seu nome diz: aquelas que, por algum motivo, possuem redução das funções de movimentação. Aí podem se incluir cadeirantes, que podem também ser pessoas com deficiência, mas eles não são os únicos. Gestantes são pessoas com mobilidade reduzida. Idosos também. Até crianças mais novas.
Agora você está com o mindset voltado para a acessibilidade em eventos! Qual é o próximo passo?
Planejando acessos para pessoas com deficiência
A acessibilidade em eventos começa antes de escolher o local. O ideal é que você pense no transporte facilitado para todos, com área bem servida de pontos de ônibus e em local próximo dos centros residenciais da cidade.
Chegando ao evento, primeiro pense nos desníveis. Do acesso do estacionamento até a sede do evento, há desníveis consideráveis? Veja que quando pensamos em consideráveis, estamos seguindo a NBR 9050, que estipula desníveis mínimos de 5mm como aceitáveis, mas acima disso, não.
Rampas de acessibilidade em eventos já são praticamente básicas. Elas precisam ter no mínimo 1,50m de largura – que é a largura mínima dos seus corredores também – e ter guarda corpo, corrimão e sinalização. Para não errar, é só procurar por desníveis sem rampa. Eles existem? Pois não deveriam.
Piso tátil também é absolutamente necessário, sendo que os interiores podem ser decorados com adesivos com indicações. Não se esqueça que eles devem estar presentes em portas, degraus, desníveis de qualquer espécie, elevadores, etc. O ideal mesmo é ter cobertura no evento inteiro, se possível.
Fique de olho nas inclinações para rampas: elas variam conforme a altura do desnível a ser vencido! Para lidar com a incerteza, também é possível a instalação de rampas de acessibilidade. Elas se tornam inclusive necessárias em algumas venues, onde não há a possibilidade de simplesmente construir uma rampa.
Áreas de acessibilidade em eventos
Além dessas questões de acesso – que nós só exemplificamos, o ideal é ler e interpretar a NBR 9050 – também é necessário planejar uma área exclusiva para garantir autonomia e acessibilidade máxima às pessoas.
Essa área deve contar com intérprete de Libras próximo ou com uma boa visão desse profissional. Também recomenda-se um colaborador acostumado a acompanhar cegos em casos de necessidade audiovisual do conteúdo exposto.
Separe áreas para cadeirantes em posições privilegiadas, reservando no mínimo 50 metros quadrados, e corredor na frente e atrás para circulação.
Eventos devem seguir as regulamentações de espaços públicos e privados de performance, como casas de shows, cinemas, teatros, etc. Portanto:
Se você tem 25 assentos: 1 deles é reservado para pessoas com mobilidade reduzida, 1 para pessoas obesas e deve haver 1 espaço para cadeirantes;
25 a 50 assentos: idem, mas com 2 espaços para cadeirantes;
51 a 100 assentos: idem, mas com 3 espaços para cadeirantes;
de 201 a 500: 2% dos assentos para cadeirantes, 1% para os outros;
Daí pra cima, as porcentagens vão aumentando e se transformando em assentos fixos mais taxas de sobreposição da quantidade total de assentos. Consulte a NBR 9050!
Adaptações gerais
Na verdade, “adaptações” é uma palavra complicada de se usar. Na verdade, você só está criando uma experiência inclusiva para todos. Você não diz que fez uma “adaptação” quando, por exemplo, colocou um sinal de “Saída” comum em uma porta.
A acessibilidade em eventos não precisa estar reservada ao que a lei diz. Você pode inovar gastando bem pouco e ainda oferecendo a melhor experiência para todos, algo que deve ser sempre o seu maior princípio norteador no evento.
Contrate intérpretes de Libras e os deixe “patrulhando” o evento. Instrua aos seus seguranças para que eles guiem pessoas para áreas de acessibilidade. Distribua folhetos do evento em Braille. Esteja próximo e sempre presente.
A acessibilidade em eventos se faz assim. Não é só respeitar a lei, é buscar oferecer o melhor sempre, é ter empatia e respeito por todas as pessoas.